quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Seleção Brasileira: a gente não vê por aqui

Viram o jogo do Brasil ontem? Viram o primeiro jogo da era Mano Menezes? Viram as estreias de Neymar e Paulo Henrique Ganso com a camisa amarela? Viram os gols de Neymar e Alexandre Pato, na vitória por 2x0 contra os Estados Unidos, jogando em Nova Jérsei? Eu não vi. Culpa única e exclusiva da Rede Globo de Televisão, que compra a exclusividade nos direitos de transmissão, e não exibe o jogo. Não exibe e não libera a transmissão para outros canais que tenham interesse em mostrar a partida, como a Bandeirantes ou a Record.

É um absurdo sem tamanho. Eu não me lembro de outra ocasião em que um jogo da Seleção, por mais insignificante que fosse, não tenha sido transmitido em tv aberta. E esse jogo, ainda que amistoso, tinha a importância de ser a primeira partida do novo técnico, após o fracasso na Copa do Mundo (e, portanto, início de preparação para próxima Copa. Que será disputada no Brasil), e havia também o “apelo comercial” das presenças de atletas queridinhos da opinião pública. O horário do jogo era 21h11, no horário de Brasília. Mas a “Vênus Platinada” não pode deixar de exibir o que é o carro-chefe de sua programação: a novela das oito, que começa por volta de nove horas da noite. Curioso é que a Globo é famosa por interferir nos horários das partidas de futebol — justamente para satisfazer suas próprias conveniências.

Alguém duvida que a família Marinho, se quisesse, teria alterado o horário da partida e a exibido? Seria revanche pelas atitudes do ex-técnico, o Dunga, que peitou a “toda poderosa” durante o Mundial, cortando privilégios que já aconteciam há uma eternidade? Deve ser — mas, francamente: isso importa muito pouco. Assim como, aparentemente, a Globo também se importa muito pouco com o interesse de sua audiência, e a força a engolir (com catchup?) o sotaque italiano-macarrônico da novela das oito. A vontade da opinião pública é que deveria pautar a programação, mas talvez a emissora ache que o povo tem mais interesse em novela que na Seleção, no Neymar, no Ganso e no Mano.

Quis retaliar a emissora, e proibí meu filho Gabriel de ver o Casseta & Planeta (que também já foi bem mais engraçado do que é hoje). Atitude quixotesca a minha, até parece que isso teria alguma influência no índice de audiência. Mas é revoltante essa situação de monopólio. Monopólio tamanho que a única emissora exibindo a partida de ontem foi a SporTV, canal a cabo do grupo GloboSat. A partida ainda foi transmitida pelo portal de internet da Globo (pasmem: com narração do Galvão Bueno e tudo o mais!). Como não pude ver, tive que me contentar em ouvir o duelo entre Brasil e ianques. Adivinhem só: a rádio que estava narrando o jogo era a ... (ganha um doce quem adivinhar)... Rádio Globo! E a foto que ilustra este post é da Agência Reuters — mas eu a achei no site do Globo Esporte. Ah, maldito monopólio!

2 comentários:

  1. É lamentável que a Globo continue mandando em nosso esporte querido: o futebol. Um dia ainda vai mudar isso!

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  2. É. Essa foi feia.

    Acabou que eu não vi o Jucilei jogando pela Seleção.

    (Tá, eu sei, foram pouquíssimos instantes, mas eu não vi.)

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